Em 1993, um público de mais de setecentas pessoas, alojado na igreja abacial de S. Bento, com capacidade para apenas quatrocentas, aplaudia de pé, extasiado, o violoncelista Antonio Meneses e a cravista Rosana Lanzelotte. Começava assim, com brilho inusitado, a série Música nas Igrejas, que permaneceria sob a tutela musical da renomada cravista, com a missão de recombinar duas artes delicadas: a arquitetura dos templos cristãos e a das composições sacras para eles criadas. Missão das mais importantes, que veio preencher uma lacuna da vida musical carioca, permitindo que o grande público tivesse acesso a um repertório raramente apresentado, realizado por músicos de alto gabarito. Ao longo desses anos, muitos esforços foram realizados para que o ideal não deixasse de ser atingido.
A música e o templo, o espírito e o corpo, o enlevo e o sentido…
Esta série quer ser também um convite. Um convite para algo mais do que uma apreciação estética. A arte dos sons tem o poder de transmitir a verdadeira Beleza, aquela que é sinônimo de simplicidade, bondade e verdade. Um convite, portanto, para esse encontro com a Fonte de toda genuína Beleza.
Dom Félix Ferrà